O Ano em Ultra Passagem

09:10

O tempo não é relativo?
"Quero voltar para os braços", desculpe mãe não são para os teus, hoje não!



O tempo e as datas permitem medir o caos da realidade e daquilo que acontece.

Como seríamos nós sem horas, sem presente, sem amanhã que se vive em 24 horas?

Porque o sol ou a falta dele faz daquilo que existe, aquilo que existe?

Somos reféns do tempo medido, cronometrado, avaliado, comprado, oferecido.

O tempo deixa-nos ansiosos, frustrados, esperançosos, sorridentes, perdidos.

E enquanto isso a ampulheta despeja docemente a ritmada areia.

E o ano passou, chegou ao fim para iniciar novamente.

A meia-noite de 30 é completamente distinta da de 31.

Numa sociedade cada vez mais céptica ao Instituído,

Vestimos as cuecas com a intenção clara da sorte que teima em chegar,

O emprego que não aparece, o amor que não desenvolve, a beleza que já teve melhores dias.

E abre-se a champanhe com umas uvas que passam a raspar pela garganta.

E nem sempre são doze nem são uvas. Quem não caça com cão caça com gato.

Desculpem PAN por aproveitamento da imagem do animal.

Ou da animal a fim de que exista igualdade de género.

O patriarcado minou-se-me a linguagem aparentemente poética.

Mas que barulheira isto de escrever dá!

Sou um eterno (des)organizado em letras conjugadas em palavras que possam fazer sentido.

E que despertem qual Réveillon regado de purpurinas.

Fim de ciclo, nas entrelinhas sorrio, com espíritos animadores da hipocrisia do que se vive.

E ajeito a gravata senão a foto não invejará as redes de pessoas sociais que gosto tão pouco.

Um bom ano. Abraço que de tanto apertar as costas fazem “trec”.
                                                                                                           
Diogo Soares


P.S. Não sei usar as vírgulas nem conjugar os verbos: objetivo 2019. 

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